sábado, 29 de março de 2008

Guarda burocrático

Sexta-feira à noite a polícia pára um sujeito dirigindo seu carro em zigue-zague.
O guarda pergunta se ele bebeu.
- Pois é - responde o motorista -
Eu e uns amigos paramos num bar e tomamos uns cinco ou seis chopes. Aí deram um tal de Happy Hour e serviram uma tal de margarita, que era muito boa.
Tomei umas quatro ou cinco.
Aí eu tive que levar o Miguel para casa e acabei tomando duas latas.
Para não ofendê-lo, é claro.
Aí eu parei no caminho de casa e tomei uma garrafa...
O guarda sorri e diz:
- Eu vou ter que pedir para o senhor soprar no bafômetro.
O motorista responde, espantado:
- Por que? O senhor não acredita em mim?

Diferenças Básicas

sexta-feira, 28 de março de 2008

Sonhar, imaginar...


O SONHAR E O IMAGINAR ATIVIDADES
DE TRANSCENDÊNCIA

Walter Boechat é médico, analista junguiano, diplomado pelo Instituto
C.G.Jung de Zurique. Membro-Fundador da Associação Junguiana doBrasil
.

O conteúdo dos sonhos, seu significado e sua importância para o sonhador, são temas que têm preocupado a humanidade desde seus inícios. Sabemos que os sonhos fascinaram o homem arcaico assim como ainda fascina os homens nas culturas tribais de uma forma peculiar: seus conteúdos revelariam de forma literal e direta eventos da vida diurna. Xamãs e advinhos sempre buscaram nos sonhos fontes para suas profecias e premonições.
Um fator comum permeia o relacionamento do homem arcaico com o universo onírico, pertença ele a qualquer que seja o grupo social: os conteúdos oníricos não são vivenciados como símbolos, em sua riqueza polissêmica, mas como sinais de significado fixo. Esse significado fixo é dado por pressuposto cultural qualquer.
Esta forma literal de vivenciar a subjetividade dos sonhos não é privativa da sociedade tribal, nossos contemporâneos rurais, por exemplo,vivem sob a influência inconsciente de um sistema de crenças mágico, que atribui valores determinados a certos símbolos oníricos, reduzindo-os a sinais unívocos. A fascinação é semelhante, quer entre o xamã siberiano, que tem sonhos de
profundo significado religioso, quer seja o paciente no templo do deus-médico Asclépio, na Grécia antiga que sonha a cura de sua doença no santuário do deus. Também o homem simples é tomado pelo poder das imagens em seu sistema de crenças, que rezam que certos animais ou objetos significam eventos específicos da vida desperta. Esta rede de significados visa estabelecer pontes entre o mundo onírico e o mundo diurno.
O grande valor da psicologia do inconsciente na recuperação do mundo onírico na sociedade contemporânea, é que tanto Freud quanto Jung preocuparam-se com o resgate de símbolos, não de sinais unívocos. A simplicidade ingênua da antiga abordagem dos conteúdos oníricos como sinais de valor literal foi transcendida.
Freud procurou realizar este salto fundamental declarando o sonho uma via regia para o inconsciente e usando seu método genial das associações livres.
O método das associações libera a imagem de seu significado fixo, uma mesma imagem pode ter significados diferentes, para sonhadores diferentes. Mas Jung detecta uma falha no método das associações livres, uma vez que elas podem levar o sonhador para longe demais da imagem que constitui o sonho, e o sonhador acabará se deparando com um complexo inconsciente, é verdade, mas um conteúdo que pode ter pouco a ver com a imagem do sonho em si. Jung
lembra que para se chegar ao mesmo complexo pode-se partir, por associações livres, de qualquer conteúdo consciente. Em vez disso, Jung propõe o método das associações circunscritas; as imagens são rigorosamente valorizadas, em sua textura, cor e dimensões. As emoções particulares do sonhador em relação a cada imagem são também enfatizadas.
Mas neste fascinante mosaico antitético de duas realidades paralelas, a realidade vigil e a realidade misteriosa dos sonhos, as imagens oníricas cumprem sempre uma função básica, quer seja entre o homem arcaico, quer seja entre aqueles da sociedade complexo, onde os sonhos são interpretados de uma forma sofisticada pela psicanálise ou pela psicologia analítica. *A função básica do sonho é relativizar a estreiteza da realidade consciente.* A riqueza da imagética onírica nos trás de forma definitiva uma realidade nova, que nos faz recuar de nossos automatismos conscientes e questionar.
Don Juan, mestre (onírico ou vigil?) de Carlos Castañeda está certo: a realidade do tonal (vigília) encobre uma realidade muito mais ampla e significativa, o mundo do nagual (universo onírico).

O cérebro é o espírito!


http://veja.abril.com.br/260907/p_098.shtml
*REVISTA VEJA
Edição 2027 - 26 de setembro de 2007*

*O cérebro é o espírito*

*Nossa cultura fala do cérebro como se fosse um computador. Ele é a sede da
razão, e a arte é reservada ao espírito. Mas agora a neurociência estuda a
música e outras atividades que definem a essência humana *

Carlos Graieb

O cérebro nunca recebeu o devido crédito pelas criações artísticas. Aplicado à pintura ou à música, o adjetivo "cerebral" tem inclusive conotações negativas. Implica frieza ou cálculo – como se o mesmo órgão não fosse responsável por processar as emoções. O cérebro é engrenagem, computador,razão. Mas não arte. Há também quem julgue que tratar as esculturas de Michelangelo ou as sinfonias de Beethoven como produtos de um emaranhado de células nervosas tira delas a transcendência. Devido à antiquíssima divisão da experiência humana entre o físico e o imaterial, foi e continua sendo mais comum associar a arte a abstrações como as musas e o espírito do que ao trabalho de nossa massa encefálica. Em boa parte, contudo, essas idéias se deviam à falta de instrumentos adequados para estudar as artes do ponto de vista da neurologia. Isso mudou. Técnicas como a ressonância magnética funcional, que permitem captar imagens do cérebro em funcionamento, associadas a pesquisas no campo da neuroquímica e, de modo menos divulgado, a refinados modelos de computador de nossas redes neuronais, puseram em marcha uma revolução. A nova ciência do cérebro fez explodir o número de estudos sobre essas atividades tão intimamente ligadas à nossa essência humana: a produção e a fruição das artes. "Está surgindo uma nova disciplina", afirma o inglês Semir Zeki, uma das maiores autoridades mundiais na neurologia da visão. "Podemos chamá-la de neuroestética."

A neuroestética é uma via de mão dupla. Ajuda a entender melhor o cérebro e as artes. Cientistas que usam a música ou a linguagem como ferramentas para explorar nossa vida neural têm colaborado para derrubar velhos dogmas e refazer a cartografia do cérebro. O cérebro humano tem 100 bilhões de células nervosas e mais de cinqüenta substâncias neurotransmissoras.
Estima-se que o potencial de conexões entre os neurônios chegue a 500 trilhões. Qualquer comportamento complexo depende de diversos grupos de células ligados por circuitos. A metáfora mais freqüente nos novos livros de neurologia é a das cascatas neurais – grandes seqüências de ativação de áreas do cérebro, às vezes bastante afastadas entre si. Uma das teorias destroçadas pelos achados recentes é o "localizacionismo". Ele remonta ao cirurgião francês Paul Broca, do século XIX, e postula que as principais habilidades humanas se devem única e exclusivamente a uma região do cérebro.
Sim, é verdade que o órgão tem partes especializadas. Broca identificou uma delas, relacionada à fala. Como observa o biólogo americano Philip Lieberman, contudo, hoje é certo que a linguagem humana "pode ser rastreada até as respostas motoras dos répteis". Dito de outra maneira, ela envolve tanto partes primitivas do cérebro – aquelas que compartilhamos com cobras e lagartos – quanto outras que apareceram muito mais tarde na escala da evolução, como o lobo frontal esquerdo, que aloja a área de Broca.
Especialização e coordenação – essa última em níveis às vezes insuspeitados – são dois princípios que governam o cérebro.

Mais recente ainda é a descoberta da incrível plasticidade do cérebro. Não faz muito tempo, pensava-se que pela idade de 3 anos o cérebro tinha sua estrutura rigidamente estabelecida. Hoje, está comprovado que a organização que o tecido cerebral assume no começo da vida não é definitiva. Provasassombrosas de que o cérebro é capaz de encontrar rotas alternativas para atingir a mesma finalidade estão nas hemisferectomias – operações que extirpam um dos hemisférios do cérebro, atingido por um sério dano. Um dos casos mais famosos é o do menino inglês Alex. Ele tinha uma anomalia no lado esquerdo, onde se concentram as estruturas responsáveis pela fala, e aos 8 anos de idade era incapaz de se comunicar. Dez meses depois que o hemisfério malformado foi retirado, Alex começou a se expressar com sentenças complexas, num exemplo dramático de como a massa encefálica consegue se rearranjar. Mas o fato é que pequenas metamorfoses neurológicas ocorrem todos os dias de nossa vida: a plasticidade é também o mecanismo pelo qual o cérebro responde ao mundo externo. Assim, áreas mais requisitadas por algum tipo de aprendizado, como o estudo musical, podem transformar-se em verdadeiros latifúndios neuronais. As conseqüências de constatar a maleabilidade do cérebro são profundas. Com isso, a velha disputa sobre quem molda o comportamento humano, a natureza ou a cultura, pode estar fadada a resolver-se num empate. Embora condicione de muitas maneiras a nossa experiência do mundo, o cérebro também possui uma capacidade espantosa de reconfigurar-se de acordo com a informação que recebe de fora.

Enquanto ajudam a compor uma nova "teoria geral do cérebro", cientistas interessados em arte fazem achados num terreno anteriormente percorrido apenas por filósofos e críticos culturais. Por exemplo: o que é a beleza?
Numa experiência realizada no University College de Londres, Semir Zeki e sua equipe pediram a um grupo de pessoas que classificassem 300 pinturas como belas, feias ou neutras, numa escala de 1 a 10. Depois, as mesmas pinturas lhes foram reapresentadas, enquanto seus cérebros eram monitoradosnuma máquina de ressonância magnética. Uma gama diversa de estruturas
cerebrais reagiu durante a experiência. Concluiu-se, no entanto, que o córtex orbito frontal medial e o córtex motor eram as áreas de fato ligadasao julgamento do belo. O córtex orbito frontal medial, relacionado ao prazer e às recompensas, apresentou atividade mais intensa diante de quadros belos.
A atividade era maior para um quadro que recebera nota 9 do que para um quadro nota 7. O oposto aconteceu com o córtex motor: maior atividade diante da feiúra. Como essa estrutura controla os movimentos, pode-se supor que a visão de algo feio deixa o corpo pronto a reagir, se necessário: se alguém diz ter vontade de "fugir" diante, digamos, de uma obra do artista brasileiro Tunga, talvez não esteja usando apenas uma figura de linguagem.
"Tempos atrás, se você dissesse estar maravilhado com uma obra de arte, eu não teria uma maneira objetiva de verificar isso", diz Zeki. "Agora, asmáquinas de neuroimagem nos permitem avaliar estados subjetivos. Melhor, permitem quantificá-los, pois a atividade numa região do cérebro tende a ser proporcional à intensidade declarada da experiência. Filósofos especulam sobre a beleza. Eu diria que ela é um aumento de fluxo sanguíneo na base do lobo frontal."

Semir Zeki escreveu um livro em parceria com o pintor francês Balthus e recita de memória trechos de poetas como T.S. Eliot. Ele diz que aprendeu com os artistas – "neurologistas intuitivos", que exploram e desvendam regras da percepção. Ele gosta de citar uma frase de Picasso: "Seria muito interessante preservar fotograficamente as metamorfoses de uma pintura.
Talvez assim se pudesse descobrir o caminho percorrido pelo cérebro para materializar um sonho". Segundo Zeki, é isso que a neurociência começa a fazer. Desvendando um cérebro que calcula, mas também cria. E é tão sutil quanto as musas ou o espírito.

*Arte para quê?*

Quem pensa nas artes como um produto do cérebro logo chega a outras questões. Por que o órgão mais complexo do corpo nos capacita a criar pinturas e poemas? Qual a função dessas atividades? Será que despender energia inventando batidas de tambor e desenhos para a caverna ajudou nossos ancestrais a sobreviver? Essas perguntas remetem ao naturalista inglês Charles Darwin e sua teoria da evolução. Darwin refletiu sobre uma arte em especial – a música – e concluiu que ela teve papel evolutivo. Como a cauda nos pavões, ela nos ajudava a atrair o sexo oposto. Era uma ferramenta a mais do processo que Darwin chamou de "seleção sexual". Essa é uma de suas teses mais controvertidas. Para os cientistas que discordam, a arte é apenas
um subproduto do aparato sensorial. O fato de alguns estímulos nos darem prazer fez com que inventássemos formas de ter acesso a eles repetidamente.
Para o psicólogo canadense Steven Pinker, arte é um "doce mental" –dispensável mas saborosa. Ainda assim, Darwin pode estar certo? O fato de astros do rock, mesmo com as rugas de Mick Jagger, terem muito mais parceiras do que um homem comum seria uma confirmação da tese do papel da música na seleção sexual. Seria mesmo? Em parte sim, mas Jagger as atrai pela música, pela fama, pela riqueza ou pelo poder hipnótico sobre as massas? O debate continua. Só se sabe com certeza que, entre todos os grupos de hominídeos que disputavam recursos escassos na Idade do Gelo, o mais bem-sucedido foi o que encontrou tempo para decorar com pinturas as paredes das cavernas.

*A grande orquestra do cérebro*

Alguns personagens históricos se tornaram conhecidos por terem ouvidos de pedra. Os presidentes americanos Ulysses Grant e Theodore Roosevelt e o guerrilheiro argentino Che Guevara fazem parte desse grupo, assim como o romancista russo Vladimir Nabokov, que registrou: "A música me afeta como uma sucessão arbitrária de sons mais ou menos irritantes". Por muito tempo, eles foram considerados exemplos da surdez para tons, uma insensibilidade relativa para a música que se estima estar presente em 5% da população. Nos últimos anos, alguns cientistas passaram a se perguntar se eles não teriam sido portadores de algo mais raro. Em seu novo livro, *Alucinações Musicais*(Companhia das Letras; tradução de Laura Teixeira Motta; 342 páginas; 49 reais), o inglês Oliver Sacks, o mais famoso dos neurologistas, especula a respeito de Nabokov para em seguida relatar o caso de uma paciente. Essa mulher, identificada como "L.", jamais percebeu a música como tal. Desde a infância ela se viu em situações embaraçosas por não reconhecer o hino americano ou um singelo *Parabéns a Você*. Sua condição é causada por uma anomalia congênita no córtex auditivo, a amusia total. Eis como L. descreve um concerto: "Imagine que você está na cozinha e alguém joga todos os pratos e panelas no chão. É isso que eu ouço".

A disfunção de L. marcou-a como uma espécie de "alienígena". Para a maioria das pessoas, é difícil até conceber uma situação como a dela. A música carrega memórias e emoções e está profundamente entranhada em nossa experiência íntima. Mais que isso. Nenhuma cultura conhecida foi desprovida de música, e alguns dos artefatos mais antigos encontrados em sítios arqueológicos são flautas e tambores. Ao nascer, os bebês já distinguem entre escalas musicais, preferem a harmonia à dissonância e são capazes de reconhecer canções. Seu cérebro está pronto a decifrar musicalmente o mundo.
Os caminhos neurológicos da percepção musical estão sendo esmiuçados como nunca. Como diz Robert Zatorre, professor do Instituto Neurológico de Montreal, a música se tornou alimento da neurociência.

Diversos estudos recentes demonstram como o cérebro é esculpido pela música.
Por exemplo, o corpo caloso, a grande comissura que liga os dois hemisférios cerebrais, tende a ser maior nos músicos profissionais. Descobertas desse tipo levaram alguns a sugerir que expor crianças pequenas à música clássica lhes daria uma vantagem intelectual, mas essa idéia não é corroborada pela neurociência. As mudanças causadas pela música são muito específicas, e talvez se dêem à custa de outras funções cerebrais. Ouvir Mozart na infância certamente ajuda a ouvir Mozart na idade adulta – mas não traz necessariamente outros ganhos cognitivos. O que esses estudos ressaltam é a plasticidade do cérebro, a maneira como ele é moldado, muito concretamente, pela experiência individual. Não é só estudar música que resulta em
diferenças relevantes. O tipo de aprendizado importa. Uma experiência com violinistas e trompetistas mostrou que a ativação do córtex auditivo é maior quando eles ouvem seus respectivos instrumentos. Outra pesquisa aponta que crianças chinesas têm mais chance de adquirir ouvido absoluto, que identifica automaticamente a altura de qualquer nota. Não pela raça, mas porque crescem ouvindo chinês, língua com grandes variações tonais.

Outro enigma desvendado é a razão fisiológica dos prazeres causados pela música. No recém-lançado *This Is Your Brain on Music* (O Seu Cérebro sob Efeito Musical), o neurocientista americano Daniel Levitin descreve as experiências que coordenou na Universidade McGill, do Canadá. As conclusões são técnicas, mas é possível visualizar a orquestra cerebral em ação.
"Primeiro o córtex auditivo entra em ação para analisar os componentes do som", escreve Levitin. "Depois vêm regiões frontais, relacionadas ao processamento da estrutura e das expectativas musicais. Finalmente, chegamos a um sistema de áreas envolvidas na excitação e no prazer, na transmissão de opióides e na produção de dopamina, culminando na ativação do núcleo acumbens. Os aspectos agradáveis e estimulantes da audição musical parecem ser resultado do aumento de dopamina no núcleo acumbens e da contribuição do cerebelo na regulação das emoções. A música é uma forma de melhorar o ânimo das pessoas, e agora acreditamos saber por quê."

O trabalho de Oliver Sacks em *Alucinações Musicais* é muito diverso desse.
Ele narra casos peculiares, da mesma forma que em livros anteriores como *Um Antropólogo em Marte*. São 29 capítulos com relatos sobre perdas e excessos de musicalidade, sobre a relação da audição com os outros sentidos, sobre canções que se incrustam em nossa consciência, repetindo-se incessantemente, ou sobre ataques epiléticos causados por sons específicos (como a voz de Frank Sinatra). Entre os personagens encontra-se Clive Wearing, um pianista que, depois de uma infecção no cérebro, sofreu uma perda tão devastadora da função de memória que todo acontecimento novo é esquecido imediatamente.
Apesar disso, ele não só toca piano como um mestre, mas ainda improvisa e –mais surpreendente – aprende novas partituras. Outro exemplo é o de Sheryl C., que subitamente se viu mergulhada numa situação angustiante. Qualquer pessoa é capaz de relembrar, em silêncio, uma música conhecida. Mas, para ela, era como se uma orquestra estivesse dentro de sua cabeça, tocando trechos de *A Noviça Rebelde*. Reagindo a uma surdez progressiva, seu cérebro agia espontaneamente e criava alucinações musicais.

Alguns dos capítulos de Sacks falam sobre musicoterapia, vista com desconfiança por médicos e psicólogos. Sacks tem respeito pela disciplina, cujas bases científicas estão sendo reforçadas pela neurologia. O Núcleo de Envelhecimento Cerebral (Nudec) da Universidade Federal de São Paulo mantém pesquisas nesse campo, coordenadas por Cléo Monteiro França Correia. Uma de suas pacientes é a pedagoga Zeni de Almeida Flore. Em 2001, aos 72 anos, ela mostrou os primeiros sintomas da doença de Parkinson. O parkinsonismo é um distúrbio motor, mas é comum que danifique outras áreas do cérebro, acarretando afasia e demência. Foi o que aconteceu com Zeni. À medida que a doença avançava, ela se viu incapaz de manter um diálogo e, depois, até mesmo de nomear objetos. Havia uma única situação em que ela conseguia pronunciar palavras com fluência: ao cantar. Há um ano, a capacidade musical de Zeni foi identificada. Encaminhada à musicoterapia, ela teve ganhos lingüísticos: recobrou certo poder de articular sentenças e responder a perguntas. Doenças diferentes requerem abordagem musical diferente, observa Sacks. Mas, lidando com o ritmo ou despertando emoções, a música pode orientar um paciente quando mais nada é capaz de fazê-lo.

*"NEUROLOGIA PESSOAL"*

Eileen Barroso
Oliver Sacks: contra a "civilização do iPod"

Numa das salas de seu consultório em Manhattan, o neurologista inglês Oliver Sacks, de 74 anos, mantém um quadro com retratos de amigos, a foto de um polvo e a cópia xerográfica de um texto de dicionário sobre o "abaçanamento", suplício medieval que consistia em cegar a vítima encostando uma placa de metal incandescente nos seus olhos. Explicar o interesse por esse tipo de tortura fez com que Sacks revelasse a VEJA uma doença. Em 2005, ele descobriu um tumor no olho direito. Submeteu-se a tratamento por radiação e sessões de laser, versão benigna do abaçanamento. A cura é incerta, mas, em vez de fazer do assunto um tabu, Sacks registra sua vivência da doença num diário. Num desenho do globo ocular, ele mostra a mancha que atrapalha sua visão. Para explicar como os objetos se tornam invisíveis para ele por causa dela, usa um conceito da astrofísica, os "horizontes do evento". Eles ocorreriam, segundo a teoria da relatividade de Albert Einstein, na periferia dos "buracos negros", dos quais nenhuma matéria ou radiação consegue escapar. Como saber que os "buracos negros" existem se não emitem luz ou outra radiação? Justamente pelos "horizontes do evento", turbulências detectáveis que ocorrem na fronteira do espaço-tempo e que sinalizam a existência de um "buraco negro" nas proximidades. "Como nos 'horizontes do evento', há experiências quase impossíveis de comunicar", diz Sacks. "Fazemos o possível com metáforas."

O uso da experiência pessoal, assim como a luta para encontrar palavras que descrevam estados de consciência incomuns, é um dos pilares dos extraordinários livros de Sacks. Em sua nova obra, *Alucinações Musicais, *ele também relata episódios pessoais, como as ocasiões em que sofreu de amusia, em 1974. Na primeira vez, ele ouvia uma balada de Chopin no rádio quando as notas musicais se converteram em "marteladas sem tom com uma desagradável reverberação metálica". Dias depois, a experiência se repetiu, acompanhada de alterações visuais que revelaram que o distúrbio advinha da enxaqueca. A maneira como Sacks aparece em seus livros decorre de como ele lida com seus pacientes e entende sua profissão. Contra os limites da "neurologia clássica", de olhar puramente objetivo, ele busca uma "neurologia pessoal",calcada no entendimento global do organismo e da história de cada pessoa.

*Alucinações Musicais *é uma prova de que as interações entre música e neurociência mal começaram. Mas o livro também atesta uma paixão pela arte.
Sacks é dono de um piano de cauda Bechstein fabricado em 1894 e tem opiniões fortes sobre música. "Amo Brahms", afirma. "No outro extremo, odeio Wagner com sua música erótica e inflada. Não gosto de arte que tenta me seduzir."
Sacks enxerga um paradoxo na maneira como as pessoas hoje lidam com a música. Ele é um crítico da "civilização do iPod". "Não é só porque a surdezjuvenil está aumentando de modo alarmante. Com esses aparelhos, as pessoas se enclausuram nelas próprias." Diz ele: "No passado remoto, a música uniu e sincronizou os homens. É o que está se perdendo hoje".

*Enigmas da linguagem*

Fotos Great Ape Trust of Iowa
Sue Savage-Rumbaugh e o bonobo Kanzi: ele se comunica com desenvoltura usando os "lexigramas", tabuleiros que contêm 384 símbolos e palavras do inglês Do americano Noam Chomsky se diz que é um idiota em política, por anunciar o fim do capitalismo a cada espirro das bolsas, e um gênio na ciência por seus trabalhos de lingüística. Chomsky sustenta que a linguagem depende apenas de regras universais incrustadas no cérebro, que não guardam relação nenhuma com as atividades pelas quais nos comunicamos – falar, ouvir, gesticular.
Assim como a política de Chomsky está errada, suspeita-se agora que sua ciência também caminha para a desmoralização. Depois de quatro décadas de hegemonia, sua abordagem abstrata está cedendo lugar a outra, naturalista. A evolução da linguagem, tema que Chomsky havia banido, é hoje uma área de estudos efervescente. Como observa a lingüista americana Christine Kenneally, autora do recém-lançado *The First Word* (A Primeira Palavra),trata-se de um problema extraordinariamente complexo. "A linguagem surgiu muito antes da escrita", disse ela a VEJA. "Como investigar sua origem se não há fósseis de palavras?"

O uso da linguagem é uma das características especiais dos humanos. Há dois caminhos para explicá-la na biologia. Sabe-se hoje que o genoma humano é 98% igual ao dos chimpanzés. Uma alternativa é buscar a explicação para a existência da linguagem nos 2% restantes. A outra é considerar que, para serem criados, os poemas homéricos e as peças de Shakespeare dependeram tanto daquilo que é exclusivo quanto daquilo que compartilhamos com outros animais. Esse é o caminho adotado por cientistas como Sue Savage-Rumbaugh e Philip Lieberman. Savage-Rumbaugh ganhou notoriedade ensinando macacos a produzir e compreender alguns aspectos da linguagem. Em 2003, anunciou que Kanzi, um bonobo que já conseguia se comunicar com desenvoltura usando um tabuleiro de símbolos, havia pronunciado uma palavra em inglês.

O trabalho de Lieberman se dá no campo da neurologia e da fisiologia – ou seja, das estruturas corporais ligadas ao fenômeno da linguagem. Uma de suas experiências o levou ao Monte Everest. Ele queria observar como os danos temporários causados pela falta de oxigênio a uma das estruturas mais antigas do cérebro, o gânglio de base, responsável por seqüenciar movimentos, afetavam a fala. A bateria de testes que aplicou em alpinistas mostrou que não apenas sua fala piorava à medida que eles subiam a montanha e o ar se tornava mais rarefeito: seu domínio da sintaxe também diminuía.
Foi a prova de que o sistema motor do cérebro é um dos pontos de partida para nossa capacidade de nos expressar. Em outras palavras, a linguagem humana tem raízes numa estrutura que compartilhamos com as criaturas mais primitivas. Trabalhos recentes do autor ajudam a desfazer de vez a idéia de que a capacidade de concatenar palavras depende de um compartimento milagroso em nossa mente. Até mesmo o conceito de que as estruturas da
linguagem estão concentradas no hemisfério esquerdo do cérebro já não se sustenta. Elas estão em toda parte.

Mais incipiente do que a compreensão geral da linguagem no cérebro é a tentativa de entender nosso hábito de criar poemas e histórias. Já existem alguns esboços. O pesquisador David Miall, da Universidade de Alberta, no Canadá, desenvolveu um programa de computador que analisa variações métricas e fonéticas em obras literárias. Depois, comparou esses padrões com os da fala de uma mãe ao seu bebê. Descobriu que a mãe enternecida repetia, de maneira um tanto exagerada, os mesmos ritmos encontrados na grande arte.
Como a fala da mãe também transmite emoções, circuitos que relacionam a literatura à experiência emocional poderiam começar a se formar aí. Quanto à habilidade narrativa, ela vem sendo estudada com base nos casos de pessoas que sofreram lesões no cérebro. Como talvez seja óbvio, acidentes que afetam a memória costumam comprometer a capacidade de narrar. Pessoas com amnésia grave não conseguem transmitir sua vivência aos outros. Curiosamente, porém, um subgrupo dos desmemoriados age de maneira oposta: de forma quase compulsiva, inventam versões contraditórias de um acontecimento cuja circunstância real esqueceram. Ao contrário do que ocorre com certos políticos, o objetivo não é enganar: trata-se de um esforço instintivo de satisfazer à curiosidade de quem lhes perguntou algo. Como mostram esses indivíduos desafortunados, a atividade de narrativa está de algum modo entranhada na estrutura física do cérebro humano.

Quer que desenhe?

"A Terra não pertence ao Ser Humano.

É o Ser Humano que pertence à Terra."

Culpado por estupro! Quando? Isso importa?

Judiciário no Brasil de 1833
SENTENÇA JUDICIAL DE 1833.
(Como se tratava o estupro em 1833.)


'Ipsis litteris, ipsis verbis'
TRATA-SE DE LINGUA PORTUGUESA ARCAICA


SENTENÇA JUDICIAL DATADA DE 1833 - PROVÍNCIA DE SERGIPE
_________________________________________
PROVÍNCIA DE SERGIPE

O adjunto de promotor público, representando contra o cabra Manoel Duda, porque no dia 11 do mês de Nossa Senhora Sant'Ana quando a mulher doXico Bento ia para a fonte, já perto dela, o supracitado cabra que estava de em uma moita de mato, sahiu della de supetão e fez proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode trazer a lume, e como ella se recuzasse, o dito cabra abrafolou-se dela, deitou-a no chão, deixando as encomendas della de fora e ao Deus dará. Elle não conseguiu matrimonio porque ella gritou e veio em amparo della Nocreto Correia e Norberto Barbosa, que
prenderam o cujo em flagrante. Dizem as leises que duas testemunhas que assistam a qualquer naufrágio do sucesso faz prova.

CONSIDERO:
QUE o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar com ela e fazer chumbregâncias, coisas que só marido della competia conxambrar, porque casados pelo regime da Santa Igreja Cathólica Romana;
QUE o cabra Manoel Duda é um suplicante deboxado que nunca soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quiz também fazer conxambranas com a Quitéria e Clarinha, moças donzellas;
QUE Manoel Duda é um sujeito perigoso e que não tiver uma cousa que atenue a perigança dele, amanhan está metendo medo até nos homens.
CONDENO:

O cabra Manoel Duda, pelo malifício que fez à mulher do Xico Bento, a ser CAPADO, capadura que deverá ser feita a MACETE. A execução desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa.

Nomeio carrasco o carcereiro.
Cumpra-se e apregue-se editais nos lugares públicos.

Manoel Fernandes dos Santos
Juiz de Direito da Vila de Porto da Folha Sergipe, 15 de Outubro de 1833.

Fonte: Instituto Histórico de Alagoas.

SITES DE BIBLIOTECAS DO MUNDO


Acha que pode ser útil?
Pergunta, minha amiga Tânia Polo Gelmi ao enviar este tesouro cultural.
Eu respondo blogando aqui e guardando no 'Favoritos'
E você. Achou "útil"?
***************
Biblioteca Apostólica Vaticana - biblioteca que possui um arquivo secreto:
http://bav.vatican.va


Biblioteca Central - localize os livros das bibliotecas da UFRGS:

http://www.biblioteca.ufrgs.br


Biblioteca del Congreso - item Expo Virtual mostra alguns tesouros dessa

biblioteca argentina: http://www.bcnbib.gov.ar


Biblioteca Digital Andina - Bolívia, Colômbia, Equador e Peru estão

representados: http://www.comunidadandina.org/bda


Biblioteca Digital de Obras Raras - livros completos digitalizados, como

um de Lavoisier editado no século 19: http://www.obrasraras.usp.br


Biblioteca do Hospital do Câncer - índice desse acervo especializado em

oncologia: http://www.hcancorg.br/outrasinfs/biblio/biblio1.html


Biblioteca do Senado Federal - sistema de busca nos 150 mil títulos da

biblioteca: http://www.senado.gov.br/biblioteca


Biblioteca Mário de Andrade - acervo, eventos e história da principal

biblioteca de São Paulo: http://www.prefeitura.spgov.br/mariodeandrade


Biblioteca Nacional de Portugal - apresenta páginas especiais com

reproduções relacionadas a Eça de Queirós e a Giuseppe Verdi, entre

outros: http://www.bn.pt


Biblioteca Nacional de España - entre as exposições virtuais, uma

interessante coleção cartográfica do século 16 ao 19: http://www.bne.es


Biblioteca Nacional de la República Argentina - biblioteca, mapoteca e

fototeca: http://www.bibnal.edu.ar


Biblioteca Nacional de Maestros - biblioteca argentina voltada para a

comunidade educativa: http://www.bnm.me.gov.ar


Biblioteca Nacional del Perú - alguns livros eletrônicos, mapas e

imagens: http://www.binape.gob.pe


Biblioteca Nazionale Centrale di Roma - expõe detalhes de obras antigas

de seu catálogo: http://www.bncrm.librari.beniculturali.it


Biblioteca Româneasca - textos em romeno e dados sobre autores do país:

http://biblioteca.euroweb.ro


Biblioteca Virtual Galega - textos em língua galega, parecida com o

português: http://bvg.udc.es


Bibliotheca Alexandrina - conheça a instituição criada à sombra da

famosa biblioteca, que sumiu há mais de 1.600 anos:

http://www.bibalex.org/website


California Digital Library - imagens e e-livros oferecidos pela

Universidade da Califórnia: http://acaliforniadigitallibrary.org



Cornell Library Digital Collections - compilações variadas, sobre

agricultura e matemática, por exemplo: http://moa.cit.cornell.edu


Corpus of Electronic Texts - história, literatura e política irlandesas:

http://www.ucc.ie/celt


Crime Library - histórias reais de criminosos, espiões e terroristas:
http://www.crimelibrary.com


Gallica - Bibliothèque Numérique - volumes da Biblioteca Nacional da
França digitalizados: http://gallica.bnf.fr


Human Rights Library - mais de 14 mil documentos relacionados aos
direitos humanos: http://www1.umn.edu/humanrts


IDRC Library - textos e imagens desse centro de estudos do
desenvolvimento internacional: http://www.idrc.ca/library


Internet Ancient History Sourcebook - página dedicada à difusão de
documentos da Antiguidade: http://www.fordham.edu/halsall/ancient/asbook.html


Internet Archive - guarda páginas da internet em seus diversos estágios
de evolução: http://www.archive.org


Internet Public Library - indica páginas em que se podem ler documentos
sobre áreas específicas do conhecimento: http://www.ipl.org


Lib-web-cats - enumera bibliotecas de mais de 60 países, mas o foco são
os EUA e o Canadá: www.librarytechnology.org/libwebcats


Libweb - outro site de busca de instituições, com 6.600 links de 115
países: http://sunsite.berkeley.edu/Libweb


Mosteiro São Geraldo - livros e periódicos sobre história e literatura
húngara, filosofia, teologia e religião: http://www.msg.org.br


National Library of Australia - divulga periódicos australianos da

década de 1840: http://www.nla.gov.au


Oxford Digital Library - centraliza acesso a projetos digitais das
bibliotecas da Universidade de Oxford: http://www.odl.ox.ac.uk


Perseus Digital Library - dedicado a estudos sobre os gregos e romanos
antigos: http://www.perseus.tufts.edu


Servei de Biblioteques - bibliotecas da Universidade Autônoma de

Barcelona: http://www.bib.uab.es


The Aerial Reconnaissance Archives - recém-lançado, site promete
divulgar 5 milhões de fotos aéreas da Segunda Guerra Mundial:

http://www.evidenceincamera.co.uk


The British Library - além de busca no catálogo, tem coleções virtuais
separadas por região geográfica: http://www.bl.uk


The Digital Library - diversas coleções temáticas, como a de escritoras
negras americanas do século 19: http://digital.nypl.org


The Digital South Asia Library - periódicos, fotos e estatísticas que
contam a história do Sul da Ásia: http://dsal.uchicago.edu


The Huntington - grande quantidade de obras raras em arte e botânica:http://www.huntington.org


The Math Forum - textos que se propõem a auxiliar no ensino da
matemática: http://mathforum.org/library


Unesco Libraries Portal - informações sobre bibliotecas e projetos
voltados para a preservação da memória: http://www.unesco.org/webworld/portal_bib


UOL Biblioteca - dicionários, guias de turismo e especiais noticiosos:
http://www.uol.com.br/bibliot


UT Library Online - possui uma ampla coleção de mapas:
http://www.lib.utexas.edu



Bibliotecas virtuais:


Alexandria Virtual - acervo variado, de literatura a humor:
http://www.alexandriavirtual.com.br


Bartleby.com - importantes textos, como os 70 volumes da "Harvard Classics" e a obra completa de Shakespeare: http://www.bartleby.com


Bibliomania - 2.000 textos clássicos e guias de estudo em inglês:
http://www.bibliomania.com


Biblioteca dei Classici Italiani - literatura italiana, dos "duecento" aos "novecento": http://www.fausernet.novara.it/fauser/biblio



Biblioteca Electrónica Cristiana - teologia e humanidades vistas por
religiosos: http://www.multimedios.org


Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro - especializada em literatura
em língua portuguesa: http://www.bibvirt.futuro.usp.br


Biblioteca Virtual - Literatura - pretende reunir grandes obras
literárias: http://www.biblio.com.br


Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes - cultura hispano-americana:
http://www.cervantesvirtual.com


Biblioteca Virtual Universal - textos infanto-juvenis, literários e
técnicos: http://www.biblioteca.org.ar


Cultvox - serviço que oferece alguns e-livros gratuitamente e vende
outros: http://www.cultvox.com.br


Dearreader.com - clube virtual que envia por e-mail trechos
de livros: http://www.dearreader.com


eBooksbrasil - livros eletrônicos gratuitos em diversos formatos:
http://www.ebooksbrasil.com


iGLer - acesso rápido a duas centenas de obras literárias em português:
http://www.ig.com.br/paginas/novoigler/download.html


International Children's Digital Library - pretende oferecer e-livros
infantis em cem línguas: http://www.icdlbooks.org

IntraText - textos completos em diversas línguas, entre elas o latim:
http://www.intratext.com


Jornal da Poesia - importante acervo de poesia em língua portuguesa, com
textos de mais de 3.000 autores: http://www.secrel.com.br/jpoesia


Net eBook Library - biblioteca virtual com parte do acervo restrito a
assinantes do site: http://netlibrary.net


Nuovo Rinascimento - especializado em documentos do Renascimento
italiano: http://www.nuovorinascimento.org/n-rinasc/homepage.htm


Online Literature Library - pequena coleção para ler diretamente no
navegador: http://www.literature.org


Progetto Manuzio - textos em italiano para download, incluindo óperas:
http://www.liberliber.it/biblioteca


Enjoy!
E obrigado, Tânia

quinta-feira, 27 de março de 2008

Amar é tão necessário quanto ter fome e sede

"A noiva Judia" tela de Rembrandt

da BBC, em Londres

Os efeitos do amor no cérebro são parecidos com os da cocaína, de acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos.

O estudo, publicado na revista Monitor on Psychology, indicou ainda que o amor romântico pode ser uma necessidade tão fundamental quanto a fome e a sede.

A pesquisa foi realizada em conjunto pelo psicólogo social Arthur Aron, da Universidade Estadual de Nova York, a neurocientista Lucy Brown, da Faculdade de Medicina Albert Einstein e pela antropóloga Helen Fisher, da Universidade Estadual de Nova Jersey.

A equipe estudou tomografias do cérebro de pessoas apaixonadas, realizadas enquanto elas pensavam em seus amantes, e percebeu que todos apresentavam atividade em regiões do cérebro ricas em dopaminas, neurotransmissores que estimulam o sistema nervoso central.

Essas regiões, conhecidas como o sistema de "motivação e recompensa" do cérebro, são ativadas quando uma pessoa obtém algo que realmente deseja como comida, água, drogas ou, segundo os cientistas, a pessoa amada.

"Todas as necessidades básicas são associadas com o sistema de dopamina, e o amor romântico também é", disse Fisher.

Motivação e recompensa

"Os vícios são muito poderosos e todos os vícios são associados à dopamina de uma forma ou de outra", afirmou Fisher.

Segundo ela, o aumento da energia em pessoas apaixonadas também pode ser atribuído a um excesso de dopamina.

Um outro estudo ainda não publicado, realizado pela mesma equipe, mostrou que sistemas similares do cérebro são ativados em pessoas felizes no amor e entre aqueles que foram rejeitados recentemente.

A equipe realizou tomografias em 15 estudantes que estão sofrendo por amor enquanto eles olhavam fotos de ex-namorados.

Assim como os que estão felizes, os estudantes rejeitados apresentaram atividade na região de motivação e recompensa do cérebro ao pensarem nos ex-amantes.

Mas os sofredores também tiveram atividade em outra região do cérebro, ligada ao processo de correr grandes riscos.

Segundo Fisher, considerar o amor como uma necessidade, ao invés de uma emoção, pode ajudar os médicos a entender melhor o sofrimento de uma separação e prever como alguém vai lidar com a rejeição.

"Muitos casos de homicídios, suicídios ou obsessão são associados ao amor romântico, e quanto mais pudermos entender os processos básicos do cérebro, mais poderemos compreender por que as pessoas cometem esses crimes."

segunda-feira, 24 de março de 2008

Retrospectiva 2007: Na internet

Como a internet modificou a minha vida!

Estive fazendo um levantamento de todas as baboseiras que me enviaram pela Internet e observei como elas mudaram a minha vida:
Primeiro deixei de ir a bares e boates com medo de me envolver com alguém ligado a alguma quadrilha de ladrões de órgãos e que me roubem as córneas, me arranquem os dois rins ou até mesmo esperma deixando-me estirado dentro de uma banheira cheia de gelo com uma mensagem:
"Chame a emergência ou morrerá".

Assim deixei também de ir ao cinema com medo de sentar-me em uma poltrona com seringa
infectada com o vírus da AIDS.

Depois parei de atender ao telefone para evitar que me pedissem para digitar *9 e minha linha ser clonada e eu ter de pagar uma conta telefônica astronômica.
Acabei dando o meu celular porque iriam me presentear com um modelo mais novo da Ericson que nunca chegou. Então tive de comprar outro mas abandonei-o em um canto com medo que as
microondas me dessem câncer no cérebro.

Deixei de comer vários alimentos com medo dos estrógenos.
Parei de comer galinha e
hambúrgueres porque eles não são mais que carne de monstros horríveis sem olhos, cabeludos e cultivados em um laboratório.

Deixei de ter relações sexuais por medo de comprar preservativos furados que me contagiem com alguma doença venérea.

Aproveitei e abandonei o hábito de tomar qualquer coisa em lata para não morrer pela urina de rato.

Eu também doei todas minhas poupanças à conta de Brian, um menino doente que estava a ponto de morrer umas 700 vezes no hospital.

Eu participei arduamente em uma campanha contra a tortura de alguns ursos asiáticos que tinham a bílis extraída, e contra o desmatamento da floresta amazônica.

Fiquei praticamente arruinado financeiramente por comprar todos os antivírus existentes para evitar que a maldita rã da Budweiser invadisse o meu micro ou que os teletubies se apoderassem do meu protetor de tela.

Deixei de fazer, tomar e comer tantas coisas que quase morro desnutrido.

Cansei de esperar junto a minha caixa de correio os US$ 150.000 que a Microsoft e a UOL me mandariam na participação de rastreio de e-mails enviados. Nem tampouco chegou o telefone Ericson muito menos a passagem para a Disneylândia.

Quis fazer o meu testamento e entrega-lo ao meu advogado para doar os meus bens para a instituição beneficente que recebe um centavo de dólar por cada pessoa que anota seu nome na corrente pela luta da independência das mulheres no Paquistão, mas não pude entregar porque tive medo de passar a língua sobre a cola na borda do envelope e me contaminar com as
baratas incubadas nela, segundo me haviam me informado por e-mail.

Também não ganhei um milhão de dólares, um porshe e nem fiz sexo com a Nicole Kidmann, que
foram as três coisas que pedi como desejo quando recebi e encaminhei o Tantra Mágico enviado
pelo Dalai Lama lá da Índia.

E como se não bastasse acabei acreditando que tudo de ruim e de injusto que me aconteceu é
porque quebrei todas as correntes ridículas que me enviaram e acabei sendo amaldiçoado.

Resultado
: estou em tratamento psiquiátrico.

de Anônimo (eu, heim!)

domingo, 23 de março de 2008

Quem entende Portugal?


Detenha vossa atenção...

Quem entende Portugal

Não dá para acreditar que estas advertências estão realmente escritas em
embalagens de produtos vendidos em Portugal.

As advertências aos consumidores abaixo foram colecionadas em hipermercados portugueses, em duas horas apenas, por um médico
brasileiro que ministrou curso em Lisboa, a convite da OMS.

Todas são absolutamente verdadeiras, inclusive os nomes dos produto

Num secador de cabelos:
"NAO USE QUANDO ESTIVER DORMINDO"
(Sei lá, você pode querer ganhar tempo.)

Na embalagem do sabonete anti-séptico Dial:
"INDICAÇÕES: UTILIZAR COMO SABONETE NORMAL"
(Boa! Cabe a cada um imaginar pra que serve um sabonete anormal)

Em alguns pacotes de refeições congeladas Swan:
"SUGESTÃO DE APRESENTAÇÃO: DESCONGELAR PRIMEIRO"
(É só sugestão, tá ok? De repente o pessoal pode estar a fim de chupá-las
como picolé.)

Numa touca para a ducha:
"VÁLIDO PARA UMA CABEÇA"
(Alguém muito romântico poderia colocar a sua e a da amada na mesma touca.)

Na sobremesa Tiramisú da marca Tesco, impresso no lado de baixo da caixa:
" NÃO INVERTER A EMBALAGEM"
(Opa! Se você leu o aviso, é porque já inverteu!Que danadinho)

No pudim da Marks & Spencer:
"ATENÇÃO: O PUDIM ESTARÁ QUENTE DEPOIS DE AQUECIDO"
(Brilhante!)

Na embalagem do ferro de passar Rowenta de fabricação alemã:
"NÃO ENGOMAR A ROUPA SOBRE O CORPO"
(Gostaria de conhecer a infeliz criatura que não deu ouvidos a este aviso)

Num medicamento pediátrico contra o catarro infantil, da Boots:
"NÃO CONDUZA AUTOMÓVEIS NEM MANEJE MAQUINÁRIA PESADA DEPOIS DE TOMAR ESTE MEDICAMENTO"
(Tantos acidentes poderiam ser evitados se fosse possível manter esses
travessos miúdos de 4 anos longe dos volantes dos carros e dos tratores
Caterpillar)

Nas pastilhas para dormir da Nytol:
"ADVERTÊNCIA: PODE PRODUZIR SONOLÊNCIA"
(Pode não, deve! Foi prá isso que eu comprei).

Numa faca de cozinha:
"IMPORTANTE: MANTER LONGE DAS CRIANÇAS E ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO"
(Será que lá os cachorros e gatos são ninjas disfarçados? Nunca vi nenhum
mexer em faca!)

Numa caixa de luzes para decoração de Natal:
"USAR APENAS NO INTERIOR OU NO EXTERIOR"
(Alguém pode me dizer qual é a 3ª opção?)

Nos pacotes de amendoim da Sainsbury:
"AVISO: CONTÉM AMENDOINS"
(Mania de estragar as surpresas!)

Numa serra elétrica da Husqvarna, de fabricação sueca:
"NÃO TENTE DETER A SERRA COM AS MÃOS OU OS GENITAIS"
(Kit de castração caseira?)

Num saquinho de batatas fritas:
"VOCÊ PODE SER O VENCEDOR. NÃO É NECESSÁRIO COMPRAR. DETALHES DENTRO".
(sem comentários)

Numa fantasia infantil de Super-Homem:
"O USO DESSE TRAJE NÃO O TORNA APTO A VOAR".
(Olha como isso destrói a imaginação da criança!)